
Estágio Visita em contato com o mercado
Já pensou em entrar em um ônibus sem saber qual seria o seu destino? Essa foi a dinâmica da terça-feira (18/03) para os estagiários-visitantes do ‘Por dentro do Crea-SP’. No segundo dia do programa, que está em sua 10ª edição, eles partiram da capital paulista e, cerca de 1h30 depois, desembarcaram no Centro Operacional do Interior (COI) da Comgás, em Campinas.
O local foi escolhido por agregar diferentes modalidades de Engenharia, Agronomia, Geociências, Tecnologia e até Design de Interiores. “Procuramos ir onde a área tecnológica está presente, em empresas que contemplam as nossas profissões. A Comgás mostrou todo o seu processo e tivemos uma grande interação dos alunos, que fizeram perguntas para entender os diferentes tipos de trabalho existentes”, comentou o gerente regional do Crea-SP, Eng. Valdir Zarpelon.

O escritório concentra operação, monitoramento, controle e gerenciamento da rede de gasoduto da Comgás, atualmente formada por mais de 23 mil quilômetros distribuídos em 97 municípios, entre São Paulo, Região Metropolitana, interior e Baixada Santista. “Somos a maior distribuidora de gás natural encanado da América Latina e a coisa mais importante que vocês vão perceber aqui é a segurança”, explicou o Eng. Adriano Willians de Oliveira, coordenador de Manutenção do COI ao receber a turma de 70 estudantes, recém-formados e profissionais participantes do Estágio Visita.

“O que queremos levar para as pessoas é a segurança associada a um produto tecnológico. O gás natural é seguro, mas tem muito processo envolvido, pois requer cuidado”, complementou o engenheiro. Para entender a magnitude do que acontece na planta campinense da Comgás, só mesmo estando por lá. Afinal, são laboratórios, salas e equipes concentradas desde o atendimento do cliente à garantia da qualidade do gás ofertado e de toda a infraestrutura envolvida.
“Geramos 4 mil empregos, direta e indiretamente, com operação 24 horas, sete dias da semana. O gasista [como é chamado o técnico em campo] tem 1h para chegar em uma situação de emergência por vazamento, por exemplo, e até 4h nas ocorrências de falta de gás”, detalhou Luciano Auricchio, engenheiro sênior que compõe a área de Integridade de Ativos da Comgás.
Brasileira-angolana, a engenheira mecânica Maria Tomé Manuel, de 26 anos, formada no último semestre pelo Centro Universitário Sagrado Coração (UNISAGRADO), instituição de ensino superior de Bauru, está aprendendo com a disponibilidade de tanta informação. “São experiências novas e com pessoas novas, de vários cursos, o que torna o aprendizado mais interessante”.

Sobre o lado prático, Ellen Beraldo Coronel Martins, 19, estudante do terceiro semestre de Engenharia de Produção, também da UNISAGRADO, mencionou o impacto pessoal que a imersão provocou. “Me ajudou a ter um parâmetro do que posso encontrar no mercado, me despertando para o tipo de empresa em que quero seguir”, afirmou.
Juliana Silva Lopes, 23, está no quarto ano de Engenharia Cartográfica no campus de Presidente Prudente da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ela destacou a multidisciplinaridade como peça central do que tem acompanhado até então com o ‘Por dentro do Crea-SP’. “Estou entendendo muita coisa que pode ser aplicada da Cartografia, mas, ao mesmo tempo, vejo que as Engenharias, no contexto geral, complementam uma a outra. Qualquer coisa que formos fazer, tem a contribuição do serviço de um colega de outra área”.
O mesmo vale para quem acabou de ingressar na faculdade, como é o caso de Gabriela Manfré Teixeira, 18, aluna do primeiro semestre de Engenharia Química da Universidade Santa Cecília (UniSanta), de Santos. “Conheci o Estágio Visita por uma professora que é conselheira do Crea-SP e estou ententendo o que é o Conselho e como funcionam as profissões, até por não ter ideia, já que iniciei agora o curso”, disse.
Após passar pela Comgás, o grupo retornou à capital com uma programação na Associação de Pequenas e Médias Empresas de Construção Civil do Estado de São Paulo (APeMEC). Por lá, eles puderam desmistificar o conceito de que construção só tem a ver com Engenharia Civil. Cerca de 65% das intervenções urbanas da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo (SIURB) são executadas por pequenas e médias empresas, segundo as informações da própria SIURB que foram apresentadas, o que requer a participação de modalidades diversas.

“Estamos falando de 70% da força de trabalho do setor focada em obras de pequeno e médio porte. É um cenário econômico significativo e de oportunidade para futuros profissionais, pois está em crescimento e, ainda mais, quando falamos da entrada da inteligência artificial”, defendeu o Eng. Joni Matos Incheglu, conselheiro da APeMEC. “O Crea-SP está junto às associações, aos profissionais e, cada vez mais, aos estudantes para apoiá-los nisso”, acrescentou o Eng. José Elias Fernandes Abul Hiss, diretor executivo da APeMEC.
Nesta quarta-feira (19), o Estágio Visita segue em uma agenda com coordenadores das Câmaras Especializadas do Conselho, simulando a dinâmica de tramitação, julgamento e votação de processos no âmbito da autarquia.
Produzido pela CDI Comunicação